Breve história dos óleos essenciais



Acredita-se que os primeiros usos dos óleos essenciais tenham sido por meio de bálsamos, ervas aromáticas e resinas que eram usadas para embalsamar corpos em cerimônias religiosas há milhares de anos.
Existem relatos do uso de essências pelos chineses, em 2700 a.C, no mais antigo livro de ervas do mundo, Shen Nung que cita plantas como gengibre e ópio. 
Outro uso documentado de óleos essências se deu em 2000 a.C. em livros escritos em sânscrito, pelos hindus. Nessa época, já havia um conhecimento mais rudimentar de aparatos de destilação e há relatos de outros povos que fizeram uso desses compostos, como persas e egípcios.

Muitas das ervas comuns na atualidade já eram conhecidas, por exemplo, o capim limão que era empregado em cerimônias religiosas ou fins terapêuticos.
Durante as Cruzadas, o conhecimento se difundiu entre os árabes, que em pouco tempo aperfeiçoaram técnicas e aparatos de destilação. O que conferiu ao físico árabe Avicena (980 – 1073) o mérito de ser o primeiro a extrair óleo de rosas. Os árabes foram mestres na alquimia e, não por acaso, são conhecidos naquele momento da história como bem avançados na medicina e terapias naturais.
Somente em 1558, o italiano Giovanni Battista della Porta (1535 – 1615) documentou uma forma de separar os óleos essenciais que até então eram apenas soluções alcoólicas, publicando o Magiae naturalis sive de
miraculis rerum naturalium, uma obra de compilação, não com base em sua própria pesquisa, mas com estudo de autores antigos e modernos que trata da ciência popular, cosmologia, geologia, produtos vegetais, medicamentos, venenos, destilação, cométicos, pólvora, criptografia e outros temas.

A partir dos séculos XVI e XVII, em razão do avanço da tecnologia, maior conhecimento, exploração de suas propriedades e divulgação, a comercialização destes óleos se tornou mais popular pelo mundo. Não podemos esquecer que as especiarias, muitas delas ervas aromáticas de grande valor econômico, eram produtos valiosos na Europa.

Em 1928 o químico francês René-Maurice Gattefossé, criou o termo “aromoterapia”, associado a óleos essenciais, ficando conhecido como “pai da aromoterapia”. Fazendo uma destilação em seu laboratório, o químico sofreu um acidente tendo seus braços seriamente queimados. Em pânico, mergulho-os em uma tina de lavanda, que pensava ser água. Notou que em poucos minutos sua dor havia passado e dias mais tarde, não tinha mais cicatrizes. A partir daí, Gattefossé, passou a explorar as propriedades curativas desses extratos, ao contrário do que acontecia, que só os usava como perfumes para seus produtos e criações.

Devemos também a este químico, um dos primeiros relatos de que produtos sintéticos que imitavam essências naturais tendiam a não ter as mesmas propriedades curativas. Hoje sabemos que como os óleos compreendem misturas complexas, a síntese e adição de substâncias puras aos preparados obviamente não deve produzir o mesmo efeito.


No Brasil

Um dos primeiros produtos explorados no Brasil para extração de óleos essenciais foi retirado do pau -rosa, uma árvore da Amazônia, cuja essência, o óleo de linalol, tem aroma agradável. Essa essência, muito utilizada na indústria de perfumaria é matéria-prima do perfume Chanel nº 5 e de vários perfumes europeus e americanos.
Sua exploração foi tamanha que até os dias atuais o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis  IBAMA colocou essa planta na lista de espécies em perigo de extinção.

Outros vegetais também foram explorados, como o eucalipto, capim limão, menta, laranja, canela e sassafrás. Na década de 50, empresas internacionais produtoras de perfumes, cosméticos, produtos farmacêuticos e alimentares se instalaram no país, ocorrendo o aumento na atividade de extração de essências no Brasil 

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